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Foto do escritorPierre André

A Avó


A Avó

Poema de Olavo Bilac - “Haicado” por Pierre André


A bela avó

Tá fraca e velhinha

Oitenta anos

 

Tantos desenganos

Ficou muito branquinha

Muitos desgostos

 

Hoje, na cadeira

Repousa bem pálida

Muito cansada

 

Cochila muito

Cochila o dia todo

Noite inteira

 

Às vezes, porém

Netos invadem a sala

Papagaiando

 

Aquele fala

Alguns dançam e pulam

Brincam de briga

 

Vovó acorda

Transfigura Alegria

Puro sorriso

 

Que rosto lindo

Vendo tanta travessura

Barulho ouvindo

 

Chama os netos

E tremendo, os beija

Um de cada vez

 

Passa os dedos

Por seus cabelos dourados

Muito carinho

 

Fica mais moça

Recupera a memória

No momento que...

 

Netinho gritou:

- Conte uma história

A mais bonita

 

Pausadamente

Ela começou a contar

Bela história

 

Tinha princesa

Palácio Também tinha

Claro, príncipe

 

Bruxas e bruxos

Pura imaginação

Netos, sonhavam


Inclinando-se

Travessura, esqueciam

Se acomodavam

 

No colo da avó

E bem aconchegados

Adormeciam

 

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